terça-feira, março 25

Juno

Mark: Ouviu isso?
Junebug McGuff: O quê?
Mark, aumentando o volume do aparelho de som: Essa é minha musica favorita. É o Sonic Youth cantando Superstar dos Carpenters.
Junebug McGuff: Sim, claro. Conheço os Carpenters. Uma garota na bateria e um cara estranho... Tipo White Stripes.
Mark: Você nunca ouviu os Carpenters assim. Apenas ouça.


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Para quem foi adolescente. Para quem gosta muito de música. Para quem gosta de rock independente.
Para quem gosta de diversão fácil e simples.
Não precisa ser no cinema. Não necessariamente. Pode-se esperar sair em vídeo. E, com diálogos como o acima? Imperdível.

Claro que já baixei a deliciosa trilha sonora. Você não?
Tsc, tsc, tsc.
Tente aqui.

quinta-feira, março 20

Mais uma

A solidão e esse sentimento de angústia, que ela carrega dentro dela, nada mais são senão uma forma de carência. E a carência sempre é nada senão uma clara indicação de que se foi mimada em algum quando. Por isso, sai às ruas, pelos bares ou por qualquer outro lugar procurando alguma cerveja mais gelada que seu coração. Difícil. Então volta para solidão angustiante de sua velha kitnet e conecta-se a todos os programas de bate-papo instantâneo que conhece. O dia nasce e ela continua lá, com todos e sem ninguém. Olhos ardem, vista embaça, o corpo está cansado, mas ela não consegue dormir. São essas coisas em sua cabeça. Perto do meio da manhã, o telefone toca. Ela não se mexe. A secretária grava o recado da Carol, que nunca será ouvido.

Não sente fome. E mata sua sede com as latinhas de cerveja quente que estão ao lado do computador. Não quer morrer, nem tem nenhum sentimento suicida. Gosta da vida, gosta de viver. Pena que ela não a tenha, pena eu não o faça.

quinta-feira, março 13

A verdadeira beleza

Sou veemente contra este padrão de beleza estereotipado e fútil que circula mundo afora. E se a beleza que mais chama a atenção de alguém é a externa, como ela pode ter variações tão agudas? Se num momento Juliana Paes é a delicia da vez, no outro ela tem muitas curvas; mas se ela emagreceu para ceder a alguns, então está magra demais, doente, ou algo que o valha.
A verdade é que nossa insegurança é tão grande, trazendo a tona uma inveja tão bem camuflada, que nos faz ter a sensação que achar alguém belo é diminuir-se por não se encaixar no padrão de beleza daquela certa pessoa.
Não é uma boca torta que tira a beleza. Na verdade tal boca contraria, até, essa definição, uma vez que o cerne da beleza esteja justamente na boca torta, que faz realçar outras belezas mais latentes e pasteurizadas.

Pois vejam isso:











Ela é russa, mas mora nos Estados Unidos desde os oito anos de idade. Bela ou feia, não importa. É quando esta pianista abre a boca, que sua maior beleza surge e transforma em belo tudo mais em volta dela; até aquilo que, por ventura, a pasteurização do embelezamento viesse a criticar.

Регина Спектор (Regina Spektor) me fez parar o carro numa movimentada avenida, já perto de casa, só para que eu a pudesse ouvir até o final dizendo, pelo rádio, “I hear in my mind all these voices, I hear in my mind all these words, I hear in my mind all this music and it breaks my heart”.

Ouça e veja o vídeo de Fidelity e entenda.



Depois vá atrás de On The Radio.
Хорошо! (lê-se Rraraxó = "muito bom", em russo).


Obs.1: Conhecem aquela música Post Modern Girls, do Strokes, não? Adivinhem de quem aquela voz doce...
Obs.2: Traduções do/pro russo, pronuncia e alfabeto by Ela.